Espectros aterram-se, moribundos,
Nunca dantes tão mortos como agora.
Almas dolentes do seco oriundo
Das pátrias em pó, dos restos de tora.
Sobejam hoje retumbos dos brados,
Sobeja a carestia das lembranças,
Resta uma nação de povo acanhado,
De punho cerrado e de pouca herança.
Povo devastado pela arrogância
De todos chamados pela ignorância
Que encenam, torpes, a própria falência,
Infames dissimulam condolência,
Dissimulam renúncia, e acidência,
Inconscientes na própria ganância.
[Nicole Nicolela]
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