quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Espectros aterram-se, moribundos,
Nunca dantes tão mortos como agora.
Almas dolentes do seco oriundo
Das pátrias em pó, dos restos de tora.

Sobejam hoje retumbos dos brados,
Sobeja a carestia das lembranças,
Resta uma nação de povo acanhado,
De punho cerrado e de pouca herança.

Povo devastado pela arrogância
De todos chamados pela ignorância
Que encenam, torpes, a própria falência,

Infames dissimulam condolência,
Dissimulam renúncia, e acidência,
Inconscientes na própria ganância.

[Nicole Nicolela]

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Ataque do Capitalismo

Pensem nos milhões
Verdinhos e frescos
Pensem nos políticos
Cegos ou atores?
Pensem nas vítimas do 11 de setembro,
Carne dilacerada
Pensem na "guerra ao terror"
Como "guerra para o petróleo"
Mas, oh, não se esqueçam,
Do rosa das faces
Do rosa do desespero
O rosa de sangue com cimento
O rosa voador dos [norte] americanos
O rosa das túnicas púrpuras
O rosa da areia do deserto
Que se mistura na vasta imensidão
Do negro do coração e do óleo denso
Que move nosso mundo capitalista.

(Carlos A. T. Rossignolo)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Se em minha frente estás e eu fecho os olhos,
não posso crer, quão saudosa me torno.
Quando em minha frente, tão belo, passas,
doem as diferenças das estradas…

As estradas suas e minhas seguem
Paralelas – quase posso tocar-te…
”Quases” e “talvezes” que me perseguem,
Iludem mas, não me deixam amar-te.

Não lhe culpo, veja: todos lhe adoram,
talvez, contigo, sonhem ou sonharam,
todos lhe querem – apenas eu te amo.

Eu sei, admito o meu egoísmo,
bem como estou certa sobre o que afirmo:
Todos lhe seguem – apenas eu te amo.

(Nicole Nicolela)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Tão densa, tão volumosa má sorte,
Intensa e, assim, repentina; morte,
Engole, faminta, em seus braços fortes,
Sonhos que sangram, fazem delirar.

Doces e plásticas epifanias,
Segredos; silêncio que abarca a vida,
Cala tamanha inocência perdida em
Simples ondas que retornam ao mar.

É assim que o dizem, como lhe definem,
Em austera inveja, apenas proíbem,
Julgando que podem lhe condenar.

Meu sonho, vício, desejo, irreal
Me consome em seu amor abissal
Contudo, em você, encontra-se meu lar…

(Nicole Nicolela)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Chovem pingos quentes de nostalgia,
vão ao chão em singela melodia,
desabam com doçura e sintonia,
vêm afugentar a monotonia.

Chovem amores, vão descendo o ralo;
brisas salgadas no outono gelado.
Reinam as flores por entre o passado,
antes que chegue o futuro atrasado…

Antes que os pingos cessem e se calem,
que passado e futuro se acabem,
deixem os amores evaporarem…

Deixem, sim, perdurar a solidão,
deixem que se alastre a escuridão
de amarga perda, de doce ilusão…

(Nicole Nicolela)

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Oh, my sweet, my sunny day,
I know I'm wrong calling you mine...
My honest, only and truly friend,
Your perfect eyes could make me die...

Shine of my moon, stars from my sky,
my deepest and immutable desire.
Your image just don't leave my mind,
I swear I haven't sleep at night...

Oh, sweet flavor, come from the rain,
your presence tastes so good...
See, I'm begging you to stay,
I really only want to hold you.

(Nicole Nicolela)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Felicidade

A felicidade consiste em:
-Ter amigos
-Ter uma vida planejada
-Ser livre.

(Epicuro)

"A felicidade não pode ser comprada e nem exercitada. Ela não provém de algo externo a nós, mas consiste em estarmos em harmonia conosco mesmo."

(Carlos A. T. Rossignolo)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Efeito Estufa

Oh, Calíope! Que deste inspiração
A Camões em sua bela epopeia,
Que dos homens tocas o vil coração,
Concedas forças em minha alva estreia,
Nessa sociedade de crua aversão,
Rogo, peço, imploro de cefaleia,
Que abras os olhos do homem ao vento
E lhes dá, piedosa, discernimento.

Oh, Tágides! Que repousam no Tejo,
De Portugal gritem ao mundo inteiro,
Que aqui em Nova Terra eu invejo,
A fé que ainda dorme no mosteiro.
Aos poderes a mudança eu pelejo,
E dizem que o Brasil será celeiro
Do mundo. Morrem as nossas florestas,
Intensifica a estufa que molesta.

(Carlos A. T. Rossignolo)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Tão diabólica e suave, a voz
galantemente, disse-me: “Vá, vá !”
E então, assoma-se, austera e feroz,
outra que ainda me alerta: “Ah, se fores…”

Cesso as palavras, não quero escutar !
Ah, eu preciso e tanto de alguém…
Só lágrimas cruas vêm me abraçar,
só lágrimas mas, digo que estou bem.

Em meus passos tropeço, vou-me ao chão.
Suplico, imploro, qualquer companhia,
Então rogo, e clamo, estenda-me a mão…

De risos e mágoas, fico a viver:
O que sinto, não consigo escrever;
E o que escrevo, não evito sentir.

(Nicole Nicolela)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Reflexão

As vezes é necessário um pouco de lágrimas para irrigar a nossa flor interior, para que ela possa crescer e se desenvolver, na luz da sabedoria.

(Carlos A. T. Rossignolo)
E é lágrima que corre em meu rosto sem direção, esse sofrimento que guardo no peito, esse amor reprimido que me faz gritar por dentro um "te amo" inaudível... Isso me faz sentir a humanidade que trago por herança dentro de mim!

(Carlos A. T. Rossignolo)

domingo, 15 de agosto de 2010

Por Nome Poesia

Oh! Poesia tão crua,
Dos amantes foste a lua,
Dos poetas foste a alma,
E pra mim trouxeste a calma.

Em teus braços me entreguei,
Teus caprichos eu fiz lei,
Dei teu nome em oração,
Te plantei no coração.

Mas neste mundo de aflição,
Em ti veio a decepção,
Por não ser valorizada,
Em um cofre foi trancada.

Ficaste distante a mim,
Sem sua graça sem fim,
E à ciência me entreguei,
Mas foi tu quem eu amei.

(Carlos A. T. Rossignolo)

sábado, 14 de agosto de 2010

                       EXISTÊNCIA
               EXIS                  TÊNCIA
              EXIS                          TÊNCIA
             EXIS                               TÊNCIA
           MEDO                            MORTE
                                                   VIDA
                                               SOFRIDA
                                              QUE NÓS
                                         TEMOS QUE
                                      ENFRENTAR
                                         E NÃO HÁ
                                      COMO FUGIR
                                     DESTE TRISTE
                                    PESAR QUE
                                    INGRATO
                                     NÃO ME
                                      DEIXA
                                   SONHAR


                                    QUE VIDA
                                     CRUEL
                                    QUE NÃO
                               SAI DO PAPEL

(Carlos A. T. Rossignolo)

Dead Poets Society

Poesia é entender a vida,
Escrever é ser humano,
Libertar-se da mais pura lida,
E enfrentar o tirano.

Ser poeta é compartilhar
Amores, dores, alegria e medo,
Em uma caverna declamar,
O livro apoiado aos dedos.

A vida deve ser desafiada,
Entendida. Em si respeitada,
Pois é frágil, entre a espada.

Sou poeta, sou ator
No palco da vida, no amor,
Enchendo-me de esplendor.

Carpe Diem...

(Carlos A. T. Rossignolo)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Calepino

Faltam-me forças, não posso falar
Que olhos cansados, não conseguem ver
Membros atados tentam descerrar
Mas o que é segredo, sempre vai ser

Nesta fuga mórbida permaneço
Meus gritos que soam tristes retumbos
E neste enlace sórdido estou preso
Lábios cujo sabor remete ao chumbo

Ah, meu coração, que vive em penúria
Que só assiste o tempo e sua fúria
Encarcerado por não esquecer

Ah, quero ir embora, quero partir
Ser apenas um, deixar de mentir
E este calepino meu, esconder

(Nicole Nicolela)

Se vai sorrir, gargalhe;
Se vai chorar; desespere-se;
Se vai gritar, berre.
Se vai dançar, pule;
Se vai andar, corra;
Se vai escrever, poetize.
Se vai tentar, faça;
Se vai sonhar, conquiste;
Se vai amar, entregue-se;
Se vai viver, ame.
Viva o extremo de suas emoções,
Pois é isso que nos torna humanos.
CARPE DIEM.

(Carlos A. T. Rossignolo)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Novo Amor

“No romantismo a idealização, no simbolismo a melancolia do amor.
Há uma nova forma de amar, um amor moderado, lógico, controlável.”


Amor meu!
Te amo assim, desse jeito,
Que do calor dos peitos seus,
Já após o beijo, desfeito,
Olhando o azul dos céus.

Amo de vez em vez!
Não quero ser pressionado,
Viverei livre como beija-flor,
Não serei aprisionado,
Pelo seu ingrato amor.

Amo logicamente!
As horas que contigo passo,
São preciosas, ficam na memória,
Mas, logo após, me livro do seu laço,
Sozinho farei história.

Amo moderadamente!
Tenho uma vida para viver,
E você também a tem,
Por ti não hei de sofrer,
Distanciando-me, porém.

Amo disfarçadamente!
Do sorriso sincero,
Tens de mim a gratidão,
Por entender este esmero,
Do fundo de meu coração.


(Carlos A. T. Rossignolo)
"Saber não é compreender.
Quando se sabe, usa-se o cérebro. Quando se compreende, o coração."
Assumamos aqui todos, lado a lado, nosso lugar... Nosso lugar enquanto criadores, pois libertamos nossa imaginação. Aqui somos deuses, amigos, poetas e autores de um mundo belo; que também sabe ser amargo. Todavia, independente de tudo, é o nosso mundo, nossa parte mais célebre. Esse é um dom o qual todo o ser humano deveria exercitar!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Apóstrofe

Senhores poetas e senhoras poetisas, eu os invoco a assumirem seus lugares de fato e de direito, todos, lado a lado para fazermos nosso trabalho como havíamos sonhado e sorrido quando quisemos fazer esse pequeno diário poético.
Saibam ainda que destino não se escolhe, não se questiona, CUMPRE-SE !
Canto desencantado, desalentado, decantado, lento, sentido

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Poesia Pura



Para que decorar poesia? Para que temê-la?
Para que estimá-la? Ou distorcê-la?

Podemos senti-la, apreciá-la, amá-la.
Podemos tecê-la. Não! Isso é coisa de parnasiano aguado.
Apenas podemos deixá-la se construir.

(Carlos A. T. Rossignolo)